Melhores práticas de gestão qualificam a saúde pública

Consolidar o acesso à saúde e ampliar o atendimento de qualidade aos cidadãos são prioridades do governo federal. No Ministério da Saúde, temos buscado uma gestão austera para o melhor planejamento do gasto público e expansão dos serviços à população. É possível fazer mais com os recursos que temos disponíveis e, em uma situação de crise econômica, uma gestão mais eficiente se torna ainda mais urgente.

Com pouco mais de 200 dias, conseguimos no Ministério da Saúde uma eficiência de R$ 1,9 bilhão. Foram revistos desperdícios, feitas negociações de valores com os fornecedores e melhorias na execução dos diversos serviços, sem abrir mão da finalidade dos contratos, entregas e garantias. A totalidade do R$ 1,9 bilhão foi revertida no atendimento da população. Com esse valor passamos a custear mais 5.933 serviços em todo o país. São unidades de saúde, UPAS, SAMU, hospitais que não recebiam a contrapartida do governo federal. Em grande parte, governadores e prefeitos deixavam de aplicar recursos essenciais em outras áreas para manter o serviço ou estavam prestes a encerrar as atividades dessas unidades.

Assim, estamos garantindo a sustentabilidade dessas unidades e a atenção às necessidades da população. Tenho absoluta convicção no empenho dos gestores e espero que juntos possamos garantir planejamento e financiamento adequado para qualificar o atendimento à população. Os desafios, sem dúvida, são grandes e vamos continuar avançando nas melhores práticas de gestão e busca de resultados mais eficazes.

O diálogo tem sido parte fundamental da minha gestão que visa à construção de uma liderança com a cooperação de todos: sociedade civil, entidades representativas, governos estaduais e municipais. Desde maio de 2016, quando assumi o Ministério da Saúde, realizei reuniões com cerca de 800 prefeitos e gestores estaduais e municipais do SUS exatamente para entender as demandas e prioridades de cada região.

Recentemente, estive no Rio Grande do Sul e, em algumas oportunidades, pude conhecer boas práticas de gestão no estado e esforços na qualificação do atendimento à população. Aproveito para parabenizar a iniciativa do Hospital Arcanjo de São Miguel, em Gramado (RS), com quase 70 anos de existência, de lançar um jornal para divulgar as ações realizadas. Uma iniciativa louvável que confere transparência ao trabalho desenvolvido pelo hospital. Tenho absoluta certeza que a transparência é o caminho certo para melhorarmos a gestão, coibirmos eventuais fraudes e envolvermos o cidadão nas nossas decisões.

Para o município de Gramado, o Ministério da Saúde deve repassar neste ano R$ 5,9 milhões para o Teto de Média e Alta Complexidade, que responde por todo atendimento hospitalar e ambulatorial. Nos últimos 12 meses, houve um incremento de R$ 278,1 mil. Temos buscado cada vez mais ampliar o financiamento das ações e serviços públicos de saúde e os bons resultados já obtidos até aqui demonstram que estamos no caminho certo.

Tenho certeza que se nos dedicarmos à eficiência e copiarmos as melhores práticas implantadas por municípios brasileiros, teremos excelentes resultados na saúde pública, melhorando e qualificando o atendimento. E, juntos, poderemos garantir ao cidadão cuidado e um atendimento de qualidade.

*Ricardo Barros, 56 anos, é ministro da Saúde do Brasil.

Artigo enviado, com exclusividade, para o Jornal do Hospital Arcanjo São Miguel, edição de abril de 2017.

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